Rotatek Espanha

Entrevista

Antonio Dalama Lorenzo

AFEIGRAF JANEIRO

Toda indústria se move no compasso das inovações tecnológicas, oque varia é a velocidade da mudança. Nas artes gráficas não poderia ser diferente e a introdução da tecnologia digital, seja na edição, seja na reprodução de conteúdo, representa uma forte transformação para os fabricantes de máquinas impressoras mecânicas, rotativas ou planas.

Ainda que pareça um acontecimento recente, a impressão digital está na indústria das artes gráficas há mais de 30 anos. Nesse período, ocorreram avanços importantes que fazem dessa tecnologia uma escolha para o presente e para o futuro. E, embora o futuro do setor seja imprevisível, as últimas inovações tecnológicas e tendências de mercado indicam a direção dessa mudança.

Na realidade, as máquinas continuam a fazer o que sempre mais simples e com economia de tempo. Pensando na forma de impressão tradicional, os sistemas eletrônicos possibilitam transferir o arquivo da pré-impressão diretamente para a máquina. No sistema digital, a tecnologia permite-nos extensa escolha de possibilidades, fato que favorece a transição do setor para tiragens cada vez menores e para produtos personalizados.

A importância da indústria gráfica se mantém perene, porque o produto de seu trabalho permeia diferentes áreas e os mais diversos setores de fato, se pensarmos em sua abrangência e alcance em relação a todos os atos econômicos que a sociedade pratica, é notório que sua participação seja encarada como um amplo sistema industrial, notadamente do ponto de vista da cadeia de valor em que ela se inclui.

Em outras palavras, sua inserção no mercado se dá por vários caminhos. Pela distribuição das impressoras industriais e compactas nos mais diferentes mercados em todo o mundo, pelo seu impacto para
os fabricantes de insumos, para a indústria papeleira, e por sua utilização pelos consumidores finais, como empresas de logística, escritórios e escritores, bem como artistas, desenhistas, cartunistas, quadrinistas, fotógrafos e um sem-número de outras profissões.

Apesar do enorme campo de atuação de nossa indústria, isso não que sempre temos pela frente um céu de brigadeiro, pois mudanças e imprevistos sempre estão sujeitos a acontecer. A pandemia da Covid 19, por exemplo, foi um evento causador de turbulência para o setor ao impactar diversas indústrias, principalmente pela elevação do custo das matérias-primas empregadas em sua linha de produção.

A evolução da tecnologia é, também
outro fator imponderável, pois as indústrias tradicionais que não se adequaram aos novos tempos acabaram cedendo espaço para novos atores, os fabricantes das modernas máquinas digitais, é normal que seja assim, pois as novas tecnologias intensificaram seu ritmo de inovação e hoje impactam diretamente o setor produtivo de modo geral. Aqui, e em todo o mundo.

Posto esse cenário e diante das exigências de consumo que estão estabelecidas, o fabricante de máquinas gráficas deve estar atento para um futuro que alie desempenho e sustentabilidade, pois a impressão ecológica e a diversidade tornaram-se aliadas perfeitas. Perceber essa simbiose é fundamental para compreender o rumo que o setor irá tomar nos próximos anos. Na verdade, é preciso implementar mudanças para competir e se manter atualizado sobre as novas tendências. Neste caso, não faz diferença se a impressora é fabricada por japoneses, holandeses alemães, americanos, italianos ou espanhóis.

Entretanto, independente da origem da fabricação das máquinas gráficas, ou da tendência que esse mercado vai seguir, deve-se ressaltar a importância do setor para o desenvolvimento do País, não apenas pelos múltiplos benefícios tangíveis, na forma de produtos gerados, como pela sua participação na criação de empregos nos mais diferentes níveis da cadeia produtiva. Fator importante, principalmente se atentarmos para as dificuldades econômicas que amplas camadas da população brasileira se deparam em seu cotidiano e que são devidas, em sua essência, aos elevados patamares de desemprego e ao injusto sistema de distribuição de renda em vigor.

Certamente, ações para mudar essa realidade devem passar por ajustes na condução da economia, que levem em conta um modelo de taxação de impostos mais equitativo, em que os mais pobres paguem menos impostos, sobretudo sobre aqueles artigos de primeira necessidade, e os empreendedores que fazem parte da cadeia produtiva ganhem algum tipo de alívio em suas atividades.

Uma das providências para que esse cenário se modifique está sendo tomada com a proposta da reforma tributária recém aprovada e que está em processo de regulamentação. O que se espera dela é que reduza a carga de impostos sobre a indústria e equilibre a tributação entre os vários setores da economia

Se isso de fato acontecer já estará de bom tamanho, porém, há risco de aumento da carga tributária sobre o setor de serviços, um dos principais clientes da indústria gráfica, o que poderá refletir sobre a demanda de produtos gráficos. Outro ponto em discussão é a criação de um imposto seletivo sobre produtos considerados nocivos à saúde, como cigarros e bebidas alcoólicas, taxação que afetará diretamente a indústria de embalagens. Enfim, o desafio é apurar o índice de expectativa e esperar para ver. Porém, sempre com voltado para as perspectivas de futuro.

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